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The Skeleton Twins – 2014

Uma dos maiores acertos da Academia foi abrir o leque de suas nomeações na última década, incluindo bons filmes independentes nas listas. O problema talvez seja que a indústria de Hollywood considera independente não é o mesmo conceito utilizado pelos produtores e diretores do mundo inteiro. Se The Skeleton Twins tivesse por trás uma distribuidora como a Fox Searchlight Pictures, não tenho dúvidas de que poderíamos estar tratando aqui de um concorrente a algumas categorias do principal prêmio da Academia (mesmo que secundárias).

Milo (Bill Hader) não aguenta mais sua vida. Após uma tentativa de suicídio, o hospital liga para a casa de Maggie (Kristen Wiig) justo na hora que a mulher pensava acabar com sua vida. O reencontro destes irmãos que não se comunicavam há dez anos ocorre no hospital, e Milo concorda ir para Nova York e buscar novos ares. Mas ambos tem seus segredos: Maggie não se considera boa o suficiente para manter uma relação com seu marido, Lance (Luke Wilson), que está lhe cobrando um filho. Apesar de considerar seu marido como o homem mais bonito e carinhoso que ela já conheceu, isto não evita que ela procure se relacionar com outros homens fora de seu casamento. Milo, por sua vez, busca um revival com Rich (Ty Burrell), professor que foi demitido de seu cargo por manter um relacionamento com o rapaz quando ele tinha apenas 15 anos.

O filme propõe ao espectador ser o juiz de dois casos delicados que envolvem não apenas amor e sexo, mas questões éticas e uma profunda discussão por trás das motivações e desilusões que ocorrem na vida de Milo e Maggie. O roteiro é bastante lento, já que explora ao máximo as características que tornam os personagens únicos – e que dão ao público as armas para o julgamento. Por colocar o suicídio como um tema central, é compreensível que o desfecho final seja o motivo pelas críticas que o filme vem recebendo. Acredito que a mensagem transmitida pelo diretor e roteirista Craig Johnson, no entanto, foi repassada de forma muito lúcida ao construir sua narrativa com muito bom humor por meio de uma história que busca desenvolver a reaproximação de dois irmãos através da confiança.

Kristen Wiig por vezes parece perdida na vida de uma personagem tão complexa e cheia de problemas consigo mesma, o que me confirma a impressão de que ela é uma atriz de televisão. Ponto positivo para Bill Hader, que mostra uma surpreendente maturidade ao interpretar um homossexual sem cair nos clichês típicos. A química entre os ex-parceiros de SNL é notável em cenas fundamentais para o filme.

Um ótimo drama que fixa suas bases em casos do cotidiano para instigar o público por respostas que não são prontamente oferecidas.

NOTA: 7/10

IMDB

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