Dias atrás ouvi o querido amigo Richard Roeper criticando como nunca o filme Wish I Was Here. Não tive dúvidas e corri atrás para ver com meus próprios olhos.
O principal problema deste longa está no que chamo de Síndrome de Ben Stiller, que ocorre quando o diretor é também o protagonista e quer fazer de seu personagem algo muito maior do que realmente merece ser. Para quem não se lembra, Zach Braff também produziu e estrelou o longa Garden State, vencedor de vários prêmios e uma das comédias mais bem avaliadas de 2004. Zach aproveitou sua fama e seus raros trabalhos para aparecer com tudo no Kickstarter atrás de interessados para ajudar a este filme sair do papel. Em menos de três dias, dois milhões de dólares foram arrecadados – tornando este caso como um dos maiores sucessos daquele site.
Ainden (Braff) descobre que seu pai (Mandy Patinkin) está nos últimos dias de vida. Sua vida vira de cabeça para baixo quando descobre que não conseguirá manter seu padrão de vida e que seus filhos devem deixar os colégios particulares que eram financiados pelo idoso judeu. Ainden é um ator desempregado que é sustentado pela sua esposa Sarah (Kate Hudson), que por sua vez possui vários problemas no emprego por conta de um homem que tenta a assediar.
O tempo definitivamente não fez bem à Zach. Digo isto pois seu personagem em Garden State – filme que uso para comparação deste trabalho – foi muito melhor em todos os sentidos (toque de roteiro, elenco, tomadas, direção, etc). O que me incomodou em Wish I Was Here foi a indefinição de tentar buscar vários tipos de drama: o que agrada ao adolescente (com referências geeks e a presença de Jim Parsons); o que explora o drama familiar cotidiano e os vários problemas de um relacionamento; e um roteiro que agrada aos mais maduros, com uma história que tenta ser envolvente ao mostrar morte e doença.
Você não consegue agradar gregos e troianos. No cinema, isto é uma máxima que dificilmente é rompida. O que me incomodou foi o filme aparentar ser PG-13 a maior parte do tempo para cortar para uma cena de sexo, que não tinha qualquer valor para o desenrolar da história. Diferenças criativas de lado, acredito que a fama intocável de Zach começou a ser questionada. O que é positivo, uma vez que ele deve mudar completamente o rumo de seus projetos futuros. Uma decepção gigantesca.
NOTA: 2/10