São tantos anos de cinema e tantos filmes vistos. Mas confesso que dificilmente vi um tão bizarro e surreal quanto Spiklenci slasti (Conspiradores do Prazer, no Brasil). Aliás, confesso que não tenho nenhum parâmetro para avaliar um filme deste porte, já que nada faz sentido e o roteiro é baseado na premissa de desvendar prazeres secretos de um grupo de pessoas comuns (se é que podemos nos referir assim).
Jan Svankmajer foi bastante criticado ao levar seu longa para festivais de cinema na Europa. Ao invés de apresentar mais um longa baseado no stop-motion, o tcheco optou por abusar das tomadas nonsense, que certamente conquistou um fiel grupo de fãs. A história é contada sem nenhuma palavra. As ações valem mais do que frases, e temos vários simbolismos, que certamente precisariam de várias e várias horas para análise.
Não entrarei na discussão do roteiro pois acredito que ele é secundário. Pois é, por mais estranho que isto possa parecer, em nenhum momento temos uma busca por linearidade ou abordagem de personagens. O que interessa é o contexto e a aventura/busca pelos prazeres proibidos.
As inspirações para o filme? Sigmund Freud, Max Ernst e Luis Bunuel. Já dá pra imaginar o nível, não é mesmo?
NOTA: 5/10