Ano passado, assim que li a notícia que Jon Favreau iria produzir e dirigir um longa também com seu roteiro, fiquei bastante surpreso. E depois que descobri que ele seria o protagonista de uma comédia independente, não conseguia parar de imaginar o resultado. Pois bem. Chef é uma excelente amostra da nova geração de comédias nível A que vem por aí. Explico: a aposta de explorar o campo das redes sociais no longa metragem foi feita de forma perfeita. As comédias B americanas utilizam o Facebook e o Twitter como ferramentas secundárias de um plot que geralmente acaba em sexo (ou insinua). Aqui, temos o compromisso com uma deliciosa história que propõe abordar o relacionamento pai/filho e a união nas situações mais adversas possíveis.
Jon Favreau interpreta Carl Casper, um talentoso chefe que comanda a cozinha do restaurante de Riva (Dustin Hoffman). Apesar de reconhecer a capacidade de seu empregado, Riva pede para que o chefe de cozinha mantenha um cardápio clássico para recepcionar o famoso crítico Ramsey Michel (Oliver Platt). O fato gera muita confusão, especialmente depois de Michel criticar a qualidade dos pratos servidos e dar apenas duas estrelas para o restaurante. Não satisfeito, Casper cria uma conta no Twitter e manda uma mensagem desaforada para o crítico. Mais tarde, um vídeo que mostra a briga entre os dois acaba na internet e coloca um ponto final na história de Casper naquele local. Junto de seu filho Percy (Emjay Anthony) e de seu escudeiro Martin (John Leguizamo), ele abre um food truck que vira sucesso por onde passa.
Não entendo nada de culinária. Não sei diferenciar um prato bonito de um feio, muito menos tratar de qualquer coisa relacionada ao paladar. A grande sacada de Chef foi colocar o espectador mais exigente neste campo ao lado daquele que assiste Top Chef ou Hell’s Kitchen. A mágica do roteiro está no desenrolar dos problemas que ocorrem com Casper – e a maneira como ele enfrenta as dificuldades temporárias. A grande pergunta que fica é: será que o filme agradou os membros da Academia? Particularmente, acho que não veremos Jon ser nomeado para nenhum Oscar. Por mais que entenda esta pressão positiva para que Chef seja o independente da vez na próxima entrega de prêmios, a data de lançamento do filme deixou evidente que, em momento algum, Oscar e Globo de Ouro foram colocados em pauta. Fica muito claro que a produção, por melhor que seja, não terá fôlego para a onda de filmes de ponta a partir de novembro.
A experiência de Chef me surpreendeu. Ainda mais pelas pontas de grandes estrelas como Hoffman, Downey Jr e Scarlett Johansson. O desfecho final é bem previsível e sem grandes surpresas, se tornando no único ponto fraco desta produção.
NOTA: 7/10
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