Não é de hoje que o cinema argentino depende de Ricardo Darín. Sempre que uma produção da terra dos hermanos visa o mercado internacional, este grande ator está envolvido na produção. Com o estrondoso sucesso de Nueve reinas, Darín tornou-se em uma das poucas caras conhecidas da América do Sul para o cinema americano, apesar de nunca ter investido em uma carreira em Hollywood (propostas não faltaram, especialmente após a excelente repercussão de El secreto de sus ojos).
Sebastián (Darín) está com o casamento por um fio. Sua mulher, a espanhola Delia (Belén Rueda), quer voltar para a Espanha e levar seus dois filhos com ela. Após fazer uma aposta com as crianças, o pai entra no elevador e seus filhos descem pelas escadas para ver quem chega na porta primeiro. Só que as crianças não apareceram mais. É aí que começa o drama, que envolve uma caçada desesperada dos pais em busca de seus filhos.
Ano passado estive em Buenos Aires justamente na semana de estreia deste longa e confesso que fiquei com muita vontade de conferir. As televisões argentinas inclusive cogitavam que este seria o candidato da Argentina para o Oscar deste ano, o que certamente não ocorreu. As grandes expectativas geradas em torno da história apenas aumentaram minha decepção após os 80 minutos de exibição.
Tudo, tudo foi feito de maneira apressada e errada. O roteiro tem furos espetaculares. Se o pai perdeu seus filhos no prédio e eles não passaram na porta de saída, estava claro que as crianças estariam em algum apartamento qualquer, certo? Pelo menos é isto que diz o bom senso. Mas os produtores optaram por um drama barato, do pior tipo possível. E quando a situação parecia resolvida, o suspeito de cometer tal ato é desmascarado de forma insatisfatória, para dizer o mínimo.
Se Tesis sobre un homicidio foi criticado por tentar seguir os passos do vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2010, Séptimo desce de nível para buscar narrar um crime muito sem sal. Para piorar, os protagonistas não se encaixam em seus personagens, talvez pela precária forma com que eles foram escritos.
NOTA: 2/10