Uma gigantesca surpresa! De vez em quando faço críticas a pouca flexibilidade dos roteiristas dos Estados Unidos, que se apegam muito em inspirações e pouco transformam seus roteiros. Maleficent (Malévola, no Brasil), tinha tudo para consagrar o mito da clássica produção da Disney, Sleeping Beauty. Ao contrário do que a maioria esperava, esta não é apenas a visão da história através da perspectiva da vilã da animação de 1958. É muito mais que isso. A Disney saiu da sua zona de conforto e entregou ao seu espectador um roteiro muito bom, se desvinculando da história principal e oferecendo uma nova interpretação.

Mas não se deixe enganar: todos personagens da animação fazem sua aparição aqui. Angelina Jolie interpreta a personagem que dá o título ao filme, a princesa Aurora (Elle Fanning) e suas fadas madrinhas também. Apesar dos mais puristas não gostarem da reinterpretação, acho que é exatamente este tipo de novidade que pode aquecer ainda mais o mercado da Disney. Não apenas apostar no feijão com arroz, mas também se permitir reescrever.

A decisão por fazer um filme com alto contraste foi favorável, tendo em conta que a fotografia escura se articula muito bem com o que é contado. A atuação de Jolie – vista por muitos como uma atriz overrated – é excelente! Ela dá vida a uma personagem que se divide, como ela bem coloca, entre a vilã e a principal heroína de seu longa.

“A história não é bem como contaram pra você. E eu sei bem disto. Afinal, eles chamavam a mim de Bela Adormecida”. Impossível não se impressionar.

NOTA: 7/10

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