Under the Skin (Sob a Pele, no Brasil) é o queridinho dos críticos europeus e estadunidenses. A aposta em uma atriz de alto calibre para ser protagonista de uma história de ficção científica gerou boas discussões, geralmente baseadas na seguinte questão: será que a atuação de Scarlett Johansson poderia influenciar a maneira como o espectador interpreta o roteiro?
A história é muito simples. Uma alienígena (Scarlett Johansson) circula em sua van pelas ruas de Glasgow caçando homens, geralmente solteiros sem rumo. Ela desperta neles impulsos sexuais e os arrasta para sua casa. O que acontece depois não é claro, já que as imagens jogadas na tela podem ser interpretadas de várias maneiras. Outro alien disfarçado de motociclista parece estar perseguindo a criatura com pele de mulher (também não sabemos o motivo). Mas tudo parece mudar quando ela fica perto de um homem com neurofibromatose. A personagem interpretada por Johansson fica com pena da situação do rapaz e o deixa escapar. A partir disto, ela começa a perceber como os seres humanos são diferentes e tenta se adaptar ao planeta terra, mesmo com as inúmeras dificuldades enfrentadas no curto processo, que variam desde a alimentação até um ato sexual.
Interpretar o que há por trás de Under the Skin é outra história. Não adianta correr para ler o livro de Michel Faber, escrito em 2000, e querer buscar lá as respostas. O longa dirigido por Jonathan Glazer resgata apenas a essência da história, mas visa ser independente e andar com pernas próprias. Por isto, temos muito pouco diálogo e as expressões da atriz são o destaque de uma fotografia que consegue ser bela e gerar momentos de tensão. Como citei anteriormente, proponho o seguinte exercício ao leitor: imagine que no lugar de Scarlett temos uma atriz B qualquer. Ainda assim, será que o desfecho final lhe agradou?
O que mais tenho lido e discutido na internet e com amigos é que o sucesso de Under the Skin na crítica especializada passa diretamente pela figura carismática da atriz. Não apenas por tudo o que envolveu as tomadas de suas cenas sem roupa, mas também pela sua grande atuação. Acredito que a história seria trabalhada com um toque mais direto, talvez se assemelhando mais com o livro homônimo, se não fosse a grandeza de Johansson. Os produtores fizeram muito bem ao construir todo roteiro a partir da bela atriz.
A experiência final depende muito do que cada um busca a partir da exibição deste filme. Particularmente fiquei muito satisfeito com o resultado final, mas compreendo a opinião daqueles que não aguentaram os 108 minutos de exibição.
NOTA: 7/10
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