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Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde (O Médico e o Monstro) – 1920

Quando Robert Louis Stevenson publicou a novela gótica Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde, em 1886, não demorou muito para produtores de teatro comprarem os direitos de adaptação e levar ao palco a história que virou febre no Reino Unido e nos Estados Unidos no final do século XIX. Com o advento do cinema, algumas versões também apareceram: a primeira delas, de apenas doze minutos, foi filmada em 1908, mas não existe registro de alguma cópia que tenha sobrevivido ao tempo. Mas o grande problema era conseguir manter certa fidelidade com todos os empecilhos do cinema da época, que variavam desde a impossibilidade da fala até problemas como transição de câmeras e figurino.

Em 1920, Adolph Zukor (mogul da Paramount) coordenou a adaptação da obra de Stevenson  junto de Jesse L. Lasky (um dos pais da Academia), contando com a direção de John S. Robertson, um dos grandes parceiros da dupla que fundou a Famous Players-Lasky.

A história de drama com momentos de terror conta ao espectador sobre o curioso caso do Dr. Henry Jekyll (John Barrymore), um homem raro na sociedade: com um enorme coração, ele ajuda os pobres e passa boa parte de seu tempo fazendo experimentos em seu enorme laboratório. Todos seus amigos acham estranho que um homem com tanto potencial não se abra aos prazeres da vida. Certo dia, ele é levado a um bar e vê a tentação de perto, quando um amigo lhe joga a mulher mais bela do local. Apesar de Henry negar a investida, ele volta para casa e pensa sobre sua vida. É então que ele decide tentar usar seus conhecimentos para criar uma poção para dividir sua personalidade em duas: enquanto Henry permanece com a alma pura, Edward Hyde, seu alter ego, faz tudo de ruim (e mais um pouco) do que Henry nunca fez.

Apesar das já discutidas limitações, o resultado final é bastante agradável. Barrymore logo se tornou uma grande estrela de Hollywood meses após o lançamento distribuído pela Paramount. Aliás, foi bem difícil convencer o ator a atuar neste longa: devido seus compromissos na Broadway, a equipe de produção montou um estúdio no  Amsterdam Opera House para que Barrymore pudesse conciliar sua agenda. Coisa dos primórdios do cinema mesmo, impensável no dias atuais, não é?

Este filme ganha um valor ainda mais especial quando observamos que ele é um dos primeiros registros de uma boa adaptação de um livro que fez sucesso nas telas do cinema.

NOTA: 7/10

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