Morreu James Garner. Assim que recebi a informação desta triste notícia, no dia 19 de julho, confesso que pude observar uma dose acentuada de preciosismo por parte da mídia brasileira. Garner foi um excelente ator, mas seus trabalhos restritos na televisão o impediram de se tornar uma referência no cinema estadunidense. Infelizmente o copy-paste feito pelos grandes sites de notícias, que evitam explorar a fundo sobre o que publicam, é algo horrendo. Pra falar bem a verdade, poucos são os que viram algum episódio da série que o consagrou (The Rockford Files).
Pensei em vários filmes para homenagear a carreira de Garner. Decidi por um que estava bastante curioso para ver. Infelizmente, Murphy’s Romance (O Romance de Murphy, no Brasil) não foi o filme que eu esperava. Dentre vários erros de continuidade e um roteiro bem pobrezinho, as atuações dos protagonistas e a bela fotografia evitam uma tragédia.
A estrela é Sally Field. Ela interpreta (Emma Moriarty), uma mulher recém divorciada que tenta a sorte em uma cidade. Sem dinheiro para sustentar seu filho, ela é recebida pelo veterano Murphy Jones (James Garner), o cabeça da cidade, que ainda se recupera da morte de sua amada esposa. Apesar de parecer que tudo vai acabar bem para os dois, Bobby Jack Moriarty (Brian Kerwin), ex-marido de Emma, retorna a cidade em busca de uma salvação para seu casamento.
Apesar da fotografia ser muito bem construída, a edição deixa bastante a desejar, talvez pelo fato de explorar excessivamente a bondade de Murphy e a indecisão de Emma. Mas o pior pode ser observado na grosseira continuidade, que propõe ao espectador aceitar um triângulo amoroso diferente de tudo que você já viu, por colocar o protagonista como um coitado a espera de uma chance com a mulher desejada. Apesar de ficar bastante decepcionado com o resultado final, a atuação de Garner é brilhante, recebendo a indicação para o Oscar daquele ano.
NOTA: 5/10