Gozdilla tem três protagonistas. Um deles é Bryan Cranston, que mal dá as caras e já desaparece. Mas apenas seu nome associado a este projeto já é suficiente para despertar interesse no espectador mais desavisado. Ele é o protagonista comercial. Temos Ken Watanabe, ator japonês que foi lançado na produção para agradar aos estúdios Toho e manter um pouco da essência nipônica de Godzilla. Por fim, Aaron Taylor-Johnson seria o personagem principal propriamente dito. E é dele a responsabilidade de ser o super-homem deste longa, desbancando, quem diria, o próprio Godzilla.
Joe Brody (Bryan Cranston) não consegue esquecer a morte de sua esposa (Juliette Binoche). O acidente em uma usina nuclear ocorrido no Japão sempre traz lembranças e perguntas a este homem. O que realmente aconteceu? O que deu errado? Foi culpa do homem ou da natureza? Quinze anos mais tarde, seu filho Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson) tem como missão reconstruir o passado de seu pai e salvar seu país de dois parentes ancestrais de do monstro Godzilla.
Poucas vezes vi uma superprodução optar por decisões de roteiro tão ruins. Mas não se engane, os efeitos visuais são incríveis, já que o rastro de destruição é bastante satisfatório. Quanto a isto, os créditos são todos do diretor Gareth Edwards e de sua equipe. Praticamente campo que cobre o lado humano do longa, que muitas vezes puxa para um drama horroroso, é articulado de forma grotesca. Ford Brody sobrevive a pelo menos quatro situações de morte garantida – incluindo uma queda de uma ponte ao nível da Golden State. Se não fosse o suficiente, toda a história em torno das criaturas fecha com 100% com o jovem. Como ele participa do exército, parece que seu posto lhe dá acesso a tudo e a todos (inclusive a mais poderosa arma nuclear dos Estados Unidos). Simples assim.
O mais impressionante de tudo é a tentativa forçada de tornar Brody um personagem maior do que ele é. Até que Aaron Johnson se esforça, mas tem coisas que não dá pra entender mesmo. Em uma determinada cena, o líder do exército americano diz que as criaturas deste tipo já levaram bombas de dezenas de kilotons nas costas. Ainda assim, o exército parece insistir em armar seus soldados com armas normais (?), tanques, helicópteros e aviões para tentar parar estes monstros a todo custo. Bizarro ver que um soldado realmente acredita que o tiro de sua metralhadora vá parar os monstros. Percebe-se claramente uma tentativa de encher o roteiro com melodrama barato e sem sal. Também inclua na conta o fato de Brody estar na hora certa, no lugar certo o tempo inteiro. E claro, ele sempre faz a coisa certa.
Se você procura apenas por diversão e não liga pra furos na história, provavelmente Godzilla será uma boa opção para o fim de semana. De outra forma, levar a sério esta produção parece ser tarefa quase impossível.
NOTA: 3/10