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The Great Ziegfeld (Ziegfeld – O Criador de Estrelas) – 1936

Você já ouviu falar de The Great Ziegfeld (Ziegfeld – O Criador de Estrelas, no Brasil)? É bem difícil escutar alguma menção sobre este filme, ou até mesmo ler algo relacionado a ele na internet. Imagino que este seja o vencedor do Oscar mais desconhecido do grande público, se é que isto pode ser possível. É claro que os 176 minutos de duração influenciam diretamente: esta produção não tem o charme de Gone with the Wind (1939) ou o apelo de Lawrence of Arabia (1962) para justificar que uma pessoa normal dê play em um longa que mistura comédia e música. Por esta razão The Great Ziegfeld  tornou-se muito restrito: seu DVD foi lançado no mercado americano sem divulgação e não existem planos para seu lançamento em Blu Ray. Para os críticos de cinema, no entanto, assistir a esta produção é essencial não só pelo Oscar, mas também pelo pesado investimento feito pela MGM na produção e promoção do longa.

A história é inspirada na vida de Florenz Ziegfeld, Jr, um dos maiores promoters dos Estados Unidos no século XX. Ele foi o homem responsável por trazer os espetáculos do Folies Bergère de Paris para a Broadway, criando um estilo conhecido hoje como Ziegfeld Follies, uma espécie de show de variedades no teatro, com a presença de renomados humoristas, belas mulheres e músicos. Por questões de privacidade e respeito a família, o longa de 1936 não é uma boa base para analisar a biografia de “Flo”. Conhecido por suas várias mulheres (e pelos vários escândalos sexuais), certamente o cinema da década de 1930 não suportaria tamanhos problemas na tela. Ao invés disso, uma versão “light” de Ziegfeld foi levada ao público,

Com o auxílio de uma impecável maquiagem, William Powell interpretou o personagem principal em um filme que cobre quarenta anos da vida do promotor. Luise Rainer venceu o Oscar de melhor atriz por interpretar Anna Held, problemática artista que teve um relacionamento rápido com Flo. Entre as várias intrigas e rivalidades da carreira do promotor, o diretor Robert Z. Leonard também fez questão de explorar a relação de Ziegfeld com o dinheiro: muitas vezes ele ia para Paris sem um centavo no bolso e apostava na boa lábia para levar artistas do velho continente para os Estados Unidos. Chegando lá, ele tinha que convencer investidores a apostar no sucesso de suas apresentações para conseguir lucrar com a venda de ingresso de seus espetáculos. Aos poucos ele acumulou uma fortuna e conseguiu erguer o Ziegfeld Theatre no coração da Broadway (em 1966 o teatro deu lugar a torre do Alliance Capital Building). Mas seu padrão de vida mudou completamente após a Grande Depressão, época em que Flo perdeu boa parte de seu patrimônio. Sua morte, em 1932, deixou sua esposa Billie Burke (interpretada no longa por Myrna Loy) com pesadas dívidas e a solução para encontrada para abater os débitos foi vender os direitos da vida de seu marido para a MGM.

Os longos números musicais são cansativos, mas a distância entre eles (até pela duração do filme) não os torna um incômodo. O elenco de apoio é bom e o investimento feito pela Goldwyn-Mayer pode ser notado nas luxuosas roupas e detalhados cenários apresentados durante o longa. A tentativa de trazer um espetáculo de teatro para as telas do cinema foi feita de forma muito competente. Fechou com o padrão da época. Enfim, um longa de grande interesse para quem quer explorar a vida cultural dos Estados Unidos pre-crash. Uma valiosa obra que caiu no esquecimento.

NOTA: 7/10

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