É impossível não traçar um comparativo entre The Amazing Spider-Man e Spider-Man (2002). Por mais que eu entenda que a ideia de reboot foi tomada para explorar pontos que a trilogia criada pelo diretor Sam Raimi deixou de lado, ao mesmo tempo eu não deixo de perguntar a mim mesmo como a equipe de produção dos três longas anteriores abordaria alguns turns do roteiro. Mas vamos a questão principal: será que o reboot era necessário mesmo?
A resposta desta pergunta depende muito do que você procura no filme e qual sua ligação com o popular personagem da Marvel. Caso você era mais um daqueles que estava cansado com o tipo de história jogada nas telas por Raimi, não tenha dúvidas que Amazing será bem satisfatório. Ao contrário de histórias absurdas, agora temos um maior feeling de realidade. Tudo gira em torno de Spidey e de seu vilão. Esta é a maior vitória deste filme. O ambiente, os swings de sua teia de aranha, tudo foi bem desenvolvido e é apresentado com uma nitidez ímpar graças ao auxilio da tecnologia de ponta dos estúdios Columbia. Mas caso você tenha se adaptado a narrativa proposta e gostava do trabalho de Maguire, Dunst e Franco, talvez caia no loop de avaliar a atuação dos jovens que integram o elenco principal a cada minuto. Não que isto seja ruim, mas lembre-se que o reboot foi proposto apenas dez anos após o lançamento do longa original.
O plot segue a vida de Peter Parker (Andrew Garfield), um jovem inteligente e tímido que sofria bullying sempre que era encarado pelos seus colegas de classe. Gwen Stacy (Emma Stone) é a única que se aproxima de Peter. Certo dia o jovem visita o laboratório Oscorp em busca do Dr. Curt Connors (Rhys Ifans), antigo companheiro de trabalho de seu pai, e acaba entrando em uma sala com aranhas geneticamente modificadas. O resto você já sabe: ele desenvolve super poderes, e batalha contra os vilões de Nova York (na primeira parte, o grande inimigo é o Lagarto).
A atuação do elenco é muito boa! A progressão do personagem principal foi muito bem articulada por Garfield. Tanto é que a primeira hora de filme é dedicada integralmente na contextualização da história, fato raro em filmes de super-heróis. É notável o afastamento coordenado pelo diretor Marc Webb com o filme de 2002: enquanto o spider de Maguire era voltado para a ação e ao combate ao crime, aqui temos a oportunidade de acompanhar de perto o drama diário de Parker, seja nos seus relacionamentos ou na tentativa de esconder sua identidade. Emma Stone consegue ser muito mais delicada e ativa do que Kirsten foi nos três longas anteriores, o que é um grande feito. Apesar de apelar em vários momentos para o uso de um melodrama desnecessário, no geral o filme é agradável. Não é melhor do que o original, mas também não chega perto de ser o desastre anunciado por várias revistas de cinema. Tenho certeza que a equipe apresentará um resultado muito melhor no segundo filme, com estreia prevista no Brasil para 1° de maio de 2014.
NOTA: 6/10