A região do vale de Korangal foi considerada pelos Estados Unidos como a área mais perigosa no Afeganistão. Cerca de 70% de todas as bombas lançadas pelo governo americano na guerra contra os grupos insurgentes teve como alvo os rebeldes desta zona. Sebastian Junger passou um ano com o 173° grupo de infantaria do exército dos Estados Unidos e filmou o dia-dia dos soldados que enfrentavam a morte 24 horas por dia.
O título do documentário é uma referência ao soldado Juan “Doc” Restrepo, morto logo após sua chegada ao Afeganistão. O batalhão decidiu homenagear Restrepo e colocar seu nome em um posto avançado essencial para conter os avanços da Al-Qaeda. É lá que boa parte do documentário é rodado. Desde os vários ataques surpresas dos rebeldes até a negociação dos americanos com os idosos afegãos em busca de informações, Junger buscou explorar o que estava por trás dos milhares de tiros disparados diariamente. Ele nos mostra uma série de entrevistas em que os soldados tratam sobre delicados assuntos, como a saudade de casa e a angustia pela perda de um companheiro de equipe, por exemplo.
No entanto, o grande pecado do filme foi não ter avançado e explorado o psicológico destes homens em meio a uma situação de guerra onde a morte sempre anda por perto. Tim Hetherington, co-diretor de Restrepo, foi morto em 2011 enquanto cobria a guerra civil na Líbia. Junger prometeu uma sequência para o final de 2013, mas até agora Korengal não saiu da fase de produção. Resta esperar para ver se o projeto realmente vai chegar as telas. Apesar de todos as limitações e problemas técnicos, Restrepo é um bom retrato sobre a apreensão e o sofrimento causado pelas fatalidades da guerra.
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NOTA: 5/10