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Crítica do filme Dom Hemingway (A Recompensa)

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Dom Hemingway (A Recompensa) – 2013

Trago hoje o primeiro review em língua portuguesa do filme Dom Hemingway, estrelado por Jude Law e Richard Grant.

Desde que soube da produção desta história estava muito ansioso. Além de gostar bastante de Jude Law, sou um grande admirador de Grant (especialmente do monólogo final de Withnail & I, de 1987). O diretor Richard Shepard possui algumas produções interessantes em seu currículo, como The Matador (2005) e The Hunting Party (2007), o que deixava claro para mim que este filme se aproximaria bastante da experiência de Filth.

E não é que parecia que eu ia acertar em cheio a essência do longa? Law dá vida a Dom Hemingway, um criminoso que passou doze anos na prisão após um roubo dar errado. Dono de um comportamento explosivo e um ego larger-than-life, as semelhanças entre os personagens de Jude Law e James McAvoy são impressionantes! Momentos após sua liberdade da cadeia, Dom vai acertar as contas com Mr. Fontaine (Demián Bichir), chefão da máfia de Londres que o premia com um milhão de libras pelo seu bom comportamento. Só que após uma festa regada a álcool e drogas, a femme fatale Paolina, namorada de Fontaine, foge com todo dinheiro do bandido. É aí que a história deixa de ser focada apenas em Dom e passa a abranger a sua luta para resgatar os doze anos perdidos. Em suma, existe uma transição notável entre um filme de crime que passa a ser um drama com pitadas de black comedy.

Talvez esta seja a maior falha de Dom Hemingway. Os produtores tinham na mão um prato cheio para explorar a personalidade explosiva do protagonista. Jude Law está brilhante, diga-se de passagem. Só que ao tentar mostrar o relacionamento de Dom com sua filha, o filme perde um tempo precioso “chovendo no molhado”. A progressão do roteiro passa a ser uma experiência bastante incomoda. Estou certo de que uma abordagem parecida como a do já citado The Matador, onde o personagem principal interpretado por Pierce Brosnan batalhava contra si mesmo (devido aos inúmeros problemas da profissão que dá título ao longa) tornaria Dom Hemingway um filme muito mais sério.

Apesar da fotografia ser muito boa, alternando cores vivas com altos contrastes, o elenco de apoio não conseguiu dar sustentação a obra. Dickie (Grant), por exemplo, é um braço direito muito fraco. Já pensou ter que ouvir seu melhor amigo concordar com todas as besteiras que você faz e não dizer nenhuma vírgula a mais? Richard Shepard, que também foi o responsável pelo roteiro, não criou nenhum personagem que pudesse divergir ou disputar espaço com Dom.

Apesar de algumas boas risadas, não posso esconder minha grande decepção com esta película, especialmente após assistir a Filth, uma das boas surpresas de 2013.

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NOTA: 5/10

IMDB

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