The Killers (Os Assassinos, no Brasil) é um filme que eu imaginava ter muito potencial. Justifico: sou fã de Lee Marvin. Acredito que seu comportamento e atitude macho-man perante as telas criaram uma identidade única para cada personagem que o ator interpretou.The Killers foi o último filme de Ronald Reagan. A história é baseada em um conto do grande Ernest Hemingway (sinal que é coisa boa, pelo menos na teoria). Devo dizer que gostei muito da parceria do diretor Don Siegel com Clint Eastwood. Pensava que este longa poderia se aproximar de algo como Dirty Harry ou Coogan’s Bluff. Somado a isto tudo o fato de que The Killers serviu de inspiração para dupla Jules e Vincent de Pulp Fiction (1994), impossível não ter altas expectativas, concordam?
Mas a realidade é muito diferente. Observamos um caso clássico de um filme B sem orçamento e com prazos a cumprir. Reagan diria que este foi o seu pior momento em Hollywood, e que daria tudo para ter voltado atrás e negado o contrato da Universal. Pois é, o filme é bem fraco. Charlie (Lee Marvin) e Lee (Clu Gulager) são contatados para assassinar o professor Johnny North (John Cassavetes). Após realizarem o serviço, os dois hitmen passam a questionar o porque de North não ter reagido antes de ser morto. Ao longo de diversos flashbacks o espectador passa a conhecer quem era Johnny: um piloto que se apaixonou por Sheila Farr (Angie Dickinson), amante do gangster Jack Browning (Ronald Reagan). Sheila convence North a ser piloto de fuga em um golpe de um milhão de dólares, mas tudo dá errado.
A tremedeira das câmeras, a má edição e a falta de vontade do elenco principal são de deixar qualquer um depressivo. Clu Gulager passou o filme inteiro se escondendo atrás de Marvin e Dickinson não convence como protagonista.
O plano dos produtores era fazer com que The Killers fosse exibido em algum canal de televisão dos Estados Unidos. Mas o sangue e o conteúdo agressivo do filme acabaram com qualquer possibilidade de exibição no horário nobre. Spiegel decidiu levar o longa aos cinemas, onde não obteve muito sucesso.
No fim do dia, altas expectativas e grandes frustrações.
NOTA: 5/10