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Crítica do filme Filth (2013)

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Filth – 2013

Primeiro review do filme Filth em língua portuguesa. Estrelado por James McAvoy e com direção de Jon S. Baird (o mesmo de Hooligans), esta é a melhor black comedy dos últimos anos. Com roteiro adaptado do livro homônimo de  Irvine Welsh (escritor de Trainspotting), Filth é um filme pesado e com público alvo muito restrito.

A história originalmente publicada em 1998 trata sobre a turbulenta vida de Bruce Robertson (James McAvoy), um detetive de Edimburgo que apresenta graves problemas com álcool, drogas e remédios controlados. Com uma personalidade forte e comportamento explosivo, Bruce tenta a qualquer custo obter a promoção para o cargo de inspetor para reconstruir sua família. Para conseguir tal feito, ele manipula seus colegas, cria brigas internas e tumultua o ambiente. Com diagnóstico de transtorno bipolar, o detetive ainda enfrenta uma série de alucinações, que vão desde a morte de seu irmão na infância até brigas com seu médico (Jim Broadbent). Quando Bruce é designado para uma investigação sobre o assassinato de um jovem japonês e vê nela a chance perfeita para a realização de seu sonho, acaba deixando a conclusão de um inquérito relativamente simples esbarrar no seu próprio comportamento.

Para deixar claro que Bruce faz jus ao título do filme, as cenas de sexo e consumo de drogas são explícitas. A falsa sensação de ascensão e a queda do personagem são expostas de forma brilhante. Robertson é o policial mais problemático que vi nas telas de cinema até hoje. De verdade, considero que tanto a personalidade do personagem quanto a atuação de McAvoy (que deixa todo elenco secundário de lado tamanha sua dedicação) finalmente desbancaram o saudoso Harvey Keitel em Bad Lieutenant (1992), um filme que tomou classificação NC-17 nos Estados Unidos sem dó nem piedade. Não preciso dizer que não é um longa para um espectador casual, não é mesmo?

O sotaque carregado e a trocação rápida de palavras em alguns diálogos podem confundir um pouco. Aliás, o uso exagerado do ‘eh’ chega a ser hilário. Assim como em Trainspotting, o personagem principal vive em um mundo muito pequeno para suas necessidades. O espectador é convidado a se aliar ao sociopata ou apenas reprovar suas atitudes. Ética e moral não estão no dicionário. Desde o primeiro minuto de filme fica claro que Bruce não respeita ninguém e que está disposto a passar por cima de qualquer um para se tornar Inspetor. Não poderia deixar de citar que o filme proporciona uma quebra de quarta parede fantástica em sua última cena!

Prato cheio para amantes de filmes deste gênero.

Same rules apply, eh?

NOTA: 8/10

IMDB

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