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Widows (As Viúvas) – 2018

Boa parte dos problemas de Widows (As Viúvas, no Brasil) ocorrem pelo pouco tempo de desenvolvimento de uma trama complexa. Na década de 1980, a série de TV de Lynda La Plante conquistou o público britânico – com um total de doze episódios e mais de seiscentos minutos de rodagem. Como trazer a mesma essência para menos de um quinto do tempo disponível? Para tentar cumprir esta demanda, o diretor Steve McQueen jogou em duas frentes: apostou em uma protagonista extremamente forte (Viola Davis), que realmente conquista por centralizar todas as ações do filme; e contou com o apoio de Gillian Flynn – escritora que foi um dos grandes motivos do sucesso de Gone Girl ao propor uma visão positiva no processo de enxugamento de um roteiro original.

Veronica (Viola Davis) é empregada do sindicato dos professores de Chicago. Ela sabe que seu marido, Harry (Liam Neeson), é um criminoso bem sucedido, mas não entra no mundo do crime e não conhece a rotina do homem. Durante uma tentativa de roubo, toda a gangue de Harry é morta durante a perseguição policial. Ainda em luto, Veronica é confrontada por Jamal Manning (John Tyree Henry), candidato a vereador que exige 2 milhões de dólares dela, já que foi esta a quantia que seu marido roubou antes de ser morto. Para superar o problema, Veronica descobre um livro deixado por Harry que detalha um plano para roubar cinco milhões de dólares, e chama as outras viúvas, Alice (Elizabeth Debicki) e Linda (Michelle Rodriguez), para resolver o caso o mais rápido possível.

Gostei da forma como o longa tratou de tópicos importantes para a consolidação da trama: o luto e a ambição partilham do mesmo espaço, gerando uma interessante abordagem ao crime que é proposto, que envolve vários personagens, cada um com seus problemas. Este é o grande trunfo de Widows.

No entanto, são vários problemas que não são solucionados: o eixo político é sustentado apenas parcialmente, já que o interesse se dá apenas quando convém para adicionar traços dramáticos na história. E a conclusão aberta carrega consigo monumentais consequências quando temos em mente o desfecho final da série (não apenas um tom diferente, mas uma proposta original que definitivamente não me convenceu).

Talvez o grande desafio de Flynn tenha sido transferir e readaptar os temas para a sociedade contemporânea, completamente interligada graças aos avanços tecnológicos. Se na década de 1980 era comum apostar na segurança humana como fonte principal da defesa de patrimônio, é absurdo considerar que em 2018 um cofre com cinco milhões de dólares tenha seu acesso facilitado por fatores externos pouco plausíveis. A simplificação e a falta de coerência, neste caso, são prejudiciais.

Se temos aqui um thriller diferenciado pelo peso do elenco, é justo dizer que ele mantém uma aproximação forte com as propostas de blockbusters atuais dos EUA. Neste sentido, concordo plenamente com Paul Schrader, que diz que o baixo nível da plateia está criando, consequentemente, filme de baixo nível ao deixar de lado traços celebrados em décadas anteriores para vislumbrar a fácil aceitação. É justo dizer que Viola Davis merece uma indicação ao Oscar de melhor atriz, já que carrega o filme nas costas. Difícil, no entanto, compreender algumas escolhas de McQueen.

NOTA: 6/10

IMDb

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