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Krigen / A War – 2015

Tobias Lindholm é jovem diretor nórdico. Após o sucesso com o roteiro de Jagten, indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2013, agora ele trás ao público Krigen (distribuído mundialmente com o título de A War), e consegue ver sua própria produção indicada ao prêmio da Academia.

Nos últimos dez anos, centenas de filmes sobre as Guerras do Afeganistão e Iraque foram produzidos. O mais destacado, pelo menos quando levamos em conta as premiações, é The Hurt Locker. Lindholm é inteligente o suficiente para saber cortar o cordão que une todos filmes deste gênero com a produção de Kathryn Bigelow, que virou uma espécie de parâmetro de comparação. Ao propor discutir indiretamente a ética de seu protagonista, envolto em problemas por conta de uma decisão errada no calor da batalha, todo o toque do roteiro foca – com muito rigor – nos demais atingidos por essa ação, desde seus colegas até sua família e seus filhos.

Pilou Asbaek, protagonista nos três filmes já dirigidos por Lindholm, interpreta Claus Pedersen, comandante dinamarquês líder de uma patrulha de paz no Afeganistão. Com seus homens desmotivados, ele tenta lembrar da importância da missão, do quanto é necessário a presença deles em terras estrangeiras. Após uma missão para proteger uma família de informantes, um dos soldados de Claus é ferido pelos guerreiros do Talibã e ele opta por um ataque aéreo na posição em que ele supõe que os terroristas estejam – opção que seria alvo de críticas e denúncias. Enquanto isso, Maria (Tuva Novotny), esposa de Claus, luta para criar seus três filhos, que sentem muita falta do pai. Os telefonemas diários não são o bastante para matar a saudade, e uma das crianças se revolta na escola por conta disso.

Assim como em suas produções anteriores, Lindholm aposta em dois cenários distintos – Dinamarca e Afeganistão. O roteiro tem objetivos bem definidos, e existe em entrelaçamento da história secundária apresentada nos minutos iniciais (sobre a relação de Claus com sua família) com o fechamento da produção.

O filme é muito bem produzido, com uma ótima tomada de ação – graças a uma fotografia que consegue colocar o espectador dentro do conflito que molda todo o longa. A maior vitória de Krigen, no entanto, é abrir espaço para discussões sobre direitos humanos durante a guerra, criando uma ponte com os vários casos de violações dos direitos humanos cometidos pelo exército (seja dos EUA ou de outro país) – e como funciona a defesa a partir da retórica de defesa de um cidadão que visava apenas servir sua pátria.

NOTA: 7/10

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