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Picnic at Hanging Rock (Picnic na Montanha Misteriosa) – 1975

Meu primeiro contato com Picnic at Hanging Rock (Picnic na Montanha Misteriosa, no Brasil) foi incrível! Após assistir ao filme pela primeira vez fui correndo atrás do livro homônimo de Joan Lindsay para solucionar um dos casos de mistério mais famosos do cinema mundial. Poucas horas depois, optei por comprar o livro no Kindle e li por duas noites toda a obra, sempre buscando traçar comparações com o que tinha visto. A produção dirigida por Peter Weir conquista e chama a atenção pela forma como conseguiu brindar seus espectadores com um fiel retrato da Austrália na transição do século 19 para o 20.

14 de fevereiro de 1900, dia de São Valentim. As meninas da escola dirigida pela senhora Appleyard (Rachel Roberts) aproveitam um dia em Hanging Rock, destacada formação rochosa da região. Apenas Sara (Margaret Nelson) fica no colégio, a pedido da diretora. Os motivos não são claros, mas sentimos desde o começo uma relação muito próxima desta moça com Miranda (Anne Lambert) – talvez um amor proibido. Na hora de voltar, três estudantes e uma professora desaparecem após uma expedição no topo da montanha. Uma das meninas é encontrada mais tarde, e não se recorda de nada relevante. A polícia coloca todo seu departamento local nas buscas, o que se mostra inútil, já que as três não deixaram qualquer rastro.

A pergunta mais comum é: afinal, qual o gênero de Picnic at Hanging Rock? Terror? Drama? Diria que é tudo isto e mais um pouco. A mescla do real e do irreal é feita com muita sutileza. Digo isto pois o público sedento por respostas pode clamar por uma explicação racional da mesma forma que pode apelar para o sobrenatural para a resolução do conflito que é chave durante todo o filme.

A fotografia maravilhosa – que incrivelmente não foi selecionada para o Oscar (o filme só estreou nos EUA quatro anos mais tarde) – foi feita sob supervisão da autora. Em uma interessante entrevista dada anos após a rodagem deste longa, Weir afirmou que tentou de todas as formas espremer uma resposta para a incógnita que surge com os créditos, sem sucesso. Apesar de não ter qualquer referência direta a sexo, é incrível ver como o filme pode ser tão poderoso em entregar uma mensagem contra a repressão que existia neste período com a meninas na questão sexual.

O mistério de Picnic at Hanging Rock só foi solucionado com a publicação de The Secret of Hanging Rock, em 1987, com o capítulo final que foi removido do livro de Lindsay a pedido do editor. Caso o leitor se interesse, recomendo buscar a solução do enigma. Ainda assim, o final aberto e ambíguo é o suficiente para boas horas de discussão. A beleza e simplicidade do longa de Weir tornaram o destino como um dos principais pontos turísticos do Estado de Vitória por vários anos – e sua popularidade pode ser comprovada até os dias de hoje. Clássico obrigatório e essencial para os fãs do gênero mistério!

NOTA: 9/10

IMDb

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