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La môme (Piaf – Um Hino ao Amor) – 2007

Em uma das boas histórias de bastidores do cinema, a produtora francesa Legendé tinha escalado Audrey Tautou como a estrela da cinebiografia de Edith Piaf. A decisão era mais do que lógica, já que após o sucesso de Le fabuleux destin d’Amélie Poulain, a atriz conseguiu uma sequência muito boa de filmes e era a interprete mais conhecida de seu país. O único a discordar da escolha foi o diretor Olivier Dahan, que havia ficado impressionado com a semelhança entre a cantora e a atriz Marion Cotillard. Tautou foi deixada de lado e Didier Lavergne iniciou um incrível projeto para deixar Cotillard o mais parecida possível com Piaf – o que lhe rendeu o merecido Oscar de maquiagem daquele ano.

Edith Piaf foi uma das mais polêmicas personalidades da história recente da França. Se você procurar em alguma livraria de Paris alguma obra sobre ela, vai encontrar desde relatos sobre sua sexualidade até variadas biografias que fazem questão de batalhar pelo reconhecimento e pela memória. O trunfo de La môme (Piaf – Um Hino ao Amor, no Brasil) é saber dialogar entre alguns destes autores e mostrar todo sofrimento de uma jovem cheia de esperança, mas com vários problemas pessoais.

A história é contada de forma muito concisa, misturando passagens da infância, adolescência, da fama e da triste e precoce morte da cantora interpretada por Cotillard. Sua fraqueza com o álcool e seus problemas com medicamentos controlados são mostrados em conjunto com a fama e com vários momentos de sua vida, especialmente na relação com Louis Leplée (Gérard Depardieu), agente que a descobriu e a abriu as portas para o estrelato e seu namoro com o boxeador Marcel Cerdan (Jean-Pierre Martins), que morreu em um acidente aéreo e agravou o descontrole da musa francesa. Infelizmente não existe uma única passagem que cite o comportamento de Piaf durante a Segunda Guerra Mundial – o que seria importante para dar ao espectador uma imagem mais completa da cantora que foi acusada de colaborar com os nazistas por fazer muito dinheiro em casas noturnas pró-Alemanha.

Marion Cotillard dá vida a uma mulher presa em seu corpo cheio de vícios. É impactante e desafiador acreditar que uma mulher de quarenta e sete anos tivesse chegado ao ponto que Piaf chegou – por conta do câncer de fígado que também não é mencionado. A comoção nacional por conta de sua morte poderia ter chegado as telas, especialmente se considerarmos as cem mil pessoas que participaram da procissão e do cortejo de seu corpo. A roteirista Isabelle Sobelman abriu mão de outros pequenos detalhes para garantir um tempo dedicado as músicas – o ponto alto do filme. A seleção inclui desde a jovem Piaf cantando até La Vie En Rose – já no auge de sua carreira. Em uma das maiores interpretações deste novo século, Cotillard brilha em um roteiro lindo que celebra os altos e baixos deste ícone musical. A escolha impecável da trilha sonora e a maquiagem memorável tornam La môme indispensável e inesquecível.

NOTA: 8/10

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