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Hamlet – 1948

No dia em que a Academia vai premiar o melhor filme do ano de 2014, trago para análise um clássico que recebeu o Oscar de melhor filme de 1948. Na minha visão, o Hamlet de Laurence Olivier é a melhor adaptação desta peça de William Shakespeare feita pelo cinema ocidental. Já conversei com alguns outros amigos críticos sobre este assunto e posso garantir que cada um tem uma opinião diferente: já ouvi menções ao longa de Franco Zeffirelli (1990), a produção de Kenneth Branagh (1996) e até mesmo a uma versão soviética (1964). Sei que os puristas discordam da minha visão por não aceitar o fato da produção inglesa ter cortado metade dos diálogos e simplificar algumas cenas complexas. Rebato citando o próprio Oliver, que sabia melhor do que ninguém que a transição do teatro para o cinema deveria ser feita de forma bastante sensível, pois os métodos de atuação e escrita são completamente diferentes, e, ainda assim, existe um perigo muito grande do roteirista se perder e contar algo que Shakespeare jamais teria feito. Neste caso, faço elogios a Oliver, pois o roteiro é tão fechado e tão bem adaptado que é difícil apontar erros, já que a essência desta obra maravilhosa foi mantida com atuações de ponta.

A história de Hamlet todos conhecem. Oliver repete o papel que interpretou no teatro na década anterior para dar vida ao príncipe que suspeita das circunstâncias da morte de seu pai. Após entrar em conflito com o Rei Cláudio (Basil Sydney) e não aceitar ver sua mãe, Gertrude (Eileen Herlie), casada com o homem que matou seu ex-marido apenas um mês após o ocorrido, uma série de desfechos dramáticos envolvem o ajudante de Claúdio, Polônio (Felix Aylmer), e seus filhos, Ofélia (Jean Simmons) e Laerte (Terence Morgan). Minha única crítica se dá pela omissão completa de Rosencrantz e Guildenstern – dois dos principais personagens secundários desta peça.

Orson Welles considerava Hamlet o maior personagem da história da literatura, citando que ele era um gênio, e não um príncipe. Outro gênio – Laurence Olivier – que em sua brilhante carreira recebeu onze indicações ao Oscar, foi o primeiro homem a conquistar o prêmio de melhor ator em um filme que ele mesmo dirigiu. Mais do que isto: considero sua entrega a este papel como a melhor interpretação de um leading na década de 1940. Ele era tão familiarizado com a história que tanto a calma quanto a loucura de Hamlet são levadas ao público de forma emocionante. Quatro anos antes desta produção, Oliver havia dirigido The Chronicle History of King Henry the Fifth with His Battell Fought at Agincourt in France – que não foi bem recebido pelo público por ser extremamente teatral. Em Hamlet, o ator e diretor ainda aposta no uso de closes que destacam as expressões faciais de seus atores para dar fidelidade a peça, mas é fácil de perceber uma grande simplificação de algumas frases e termos do inglês arcaico.

Com cenas memoráveis como o solilóquio ser ou não ser ou do duelo final de Hamlet com Laerte, esta produção marcou o cinema por lançar um caso de sucesso sobre adaptações de clássicos. A mensagem não demorou para chegar em Hollywood, e Oliver seguiu sua carreira no cinema dando uma atenção especial a este tipo de produção. Inesquecível e marcante!

NOTA: 9/10

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