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Une femme est une femme (Uma Mulher É Uma Mulher) – 1961

Pessoal, hoje tenho a grande alegria de trazer para avaliação um dos melhores filmes da França na rica década de 1960, talvez a melhor da história do cinema.  Une femme est une femme (Uma Mulher É Uma Mulher, no Brasil) foi dirigido por Jean-Luc Godard e lançado um ano depois do polêmico À bout de souffle.

Angela (Anna Karina) é uma stripper que está desesperada para realizar o sonho de ser mãe. Ela tenta convencer seu namorado, Emile (Jean-Claude Brialy), a aceitar a oferta o quanto antes. Mas a negativa do rapaz faz com que a moça corra para os braços de Alfred (Jean-Paul Belmondo), amigo de Emile, e tente resolver seu “problema” rapidamente.

Uma tragédia ou uma obra prima? Trago esta frase do longa para fazer uma série de considerações que nos ajudam a entender a grandeza desta obra. Se avaliarmos a história – pura e simplesmente – vamos encontrar, talvez, uma base para as comédias românticas que marcariam época a partir da década seguinte. Mas ao analisar o roteiro junto das criações do cineasta francês, é possível notar pequenos detalhes que tornam este filme único.

Com uma quantidade bastante limitada de diálogos, a grande aposta é inovar. Seguindo algumas técnicas apresentadas em seu longa anterior, a constante quebra da quarta parede me chamou a atenção. Da primeira a última cena, o espectador é surpreendido por uma piscada da protagonista em direção as câmeras ou um diálogo direto e aberto sobre a problemática situação. Os jump cuts, marca do diretor, criam ótimas cenas. A melhor delas mostra uma paródia direta aos musicais americanos e seus refinados passos.

A música de alta qualidade também carrega outro importante elemento: os sons de fundo. São eles que dão vida aos diversos cortes propostos por Godard. O barulho dos sapatos de Angela ou a batida na porta de Emile indicam uma valorização ímpar do elemento sonoro, já que as cenas são moldadas para sempre conter um elemento extra as falas.

A tomada das cenas também influenciaria os colegas de Godard : utilizando o que eu chamo de “câmera solta”, a equipe de fotografia não se preocupou em estabilizar as cenas ao ar livre. Inspirado em Sartre, Godard dá voz a alma da mulher e tenta analisar sua essência de uma maneira bem humorada, algo impensável antes da Nouvelle Vague francesa. Muito criticado na época de seu lançamento, Godard sofreu pressão para cortar as cenas de nudez de Karina. Se você nunca viu nada deste diretor, recomendaria este filme. Seu estilo fica bem evidente, e o roteiro é de fácil compreensão. Para os fãs, vale a pena comprar o DVD da Criterion, com uma excelente restauração e recheado de extras.

NOTA:9/10

IMDB

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