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Kagemusha (Kagemusha, a Sombra do Samurai) – 1980

Cinco anos após a experiência de Dersu Uzala, Kurosawa retornou ao Japão para dirigir Kagemusha (Kagemusha, a Sombra do Samurai, no Brasil). Com uma grandiosa produção que por muito pouco não levou os estúdios Taho a abandonar o projeto por falta de verbas (o projeto só engrenou após George Lucas e Francis Ford Coppola levarem dinheiro dos EUA para Akira), este filme é um dos mais discutidos e aclamados do popular diretor japonês.

O grande tema que envolve este longa de três horas de duração é a representação do poder. O filme é ambientado no Japão do século XVI, que passava por uma interminável guerra civil. Vários clãs disputavam o controle da cidade de Kyoto, já que sua posse era fundamental para tomar conta do restante do país. Shingen Takeda (Tatsuya Nakadai) parece estar na frente da disputa e vence dois outros chefes para tomar a capital. Ao cercar o castelo de Ieyasu Tokugawa (Masayuki Yui), Shingen é ferido e acaba morrendo. Mas seus inimigos não sabem que um ladrão com uma incrível semelhança com o chefe daquele clã vai tomar o lugar de Shingen e se tornar um Kagemusha (Guerreiro das Sombras). Durante cerca de três anos o bandido torna-se figura central da história ao tomar para si a identidade do líder do Japão no período da guerra.

Enquanto acompanhamos a falcatrua que ocorre no clã para esconder a morte de Shingen, o impostor tenta se adaptar a uma nova vida. Ele se envolve com o neto do líder do clã, com suas amantes e com seus conselheiros de guerra. Poucos sabem o segredo, que é desvendado de uma forma inimaginável (em uma cena muito bem construída).

A fotografia deste Kagemusha é espetacular, daquelas de ficar impressionado mesmo. O padrão de cores vivas em algumas cenas, que contrasta um pouco com a visão um tanto quanto sombria de alguns de seus outros longas, seria mais tarde recuperada em algumas passagens de Dreams (1990).

Esta produção foi o grande divisor de águas na carreira de Kurosawa. Não no sentido de sua estética ou no sentido de remuneração ou reconhecimento, mas sim na questão referente a seu objetivo no cinema. Todo o diretor tem um grande sonho, um grande projeto em mente. Desde a década de 1940, a base de Kagemusha estava na cabeça de Kurosawa, que só não o produziu antes por conta do alto custo de produção. Segundo Kurosawa confidenciou a amigos após ver este longa nas telas do cinema, sua alma podia deixar este mundo em paz. Ele cumpriu seu objetivo no cinema.

Um dos melhores filmes já feitos no Japão. Uma das produções mais grandiosas do cinema mundial. O filme levou para casa a Palma de Ouro de Cannes e o David di Donatello, além de ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

   NOTA: 8/10

IMDB

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