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Charade (Charada) – 1963

Um espião que não é espião. Um bandido que não é um bandido. Charade poderia muito bem ser um filme dos anos de ouro de Hitchcock. Pra falar bem a verdade, tenho certeza que muitos desavisados consideram este filme como uma produção do mestre do suspense, talvez pelo fato de ser estrelado por Cary Grant.

Regina (Audrey Hepburn) quer se divorciar de seu marido. Mas quando retorna para casa, a moça descobre que ele foi assassinado e que ninguém consegue achar os 250 mil dólares de seu patrimônio. Ela conhece o personagem de Cary Grant (que muda de nome a cada vinte minutos), que prontamente se coloca a disposição para ajudar Regina a encontrar o dinheiro. Mas a situação não é fácil: vários vigaristas também querem colocar a mão no quarto de milhão. Sofrendo ameaças de morte, Regina deve correr contra o tempo para encontrar a quantia o mais rápido possível.

Cary Grant foi o ator mais completo de sua época. Cada filme que assisto deste senhor faz minha admiração pelo seu trabalho crescer mais e mais. Ele fazia com perfeição drama, comédia, ação, suspense. E é justamente esta habilidade natural de interpretar qualquer tipo de personagem que deixa o filme tão excitante. Curiosamente, Cary só aceitou o papel semanas antes das gravações iniciarem: ele achava que tinha idade para ser pai de Audrey. e os roteiristas tiveram que adaptar várias passagens para insinuar que era a personagem da atriz que estava interessada em um caso amoroso, e não o contrário.

Não, não espere por um roteiro limpo e coeso. Existem vários cliffhangers e a história muda de rumo pelo menos quatro vezes (quem era bandido deixa de ser ameaça, e quem era para proteger passa a ameaçar). Por mais o espectador fique confuso, no último minuto de filme todos os problemas são resolvidos e o caso é solucionado. A direção é de Stanley Donen, conhecido como  um dos homens mais injustiçados de Hollywood na metade final do século passado: além de ser esnobado pela Academia quando fez o maravilhoso Singin’ in the Rain, Charade nem chegou a ser cogitado ao Oscar. Recebeu apenas uma indicação para uma categoria secundária (melhor música). Talvez uma nomeação mudasse o rumo da carreira de Donen, que após este longa passou a ser chamado apenas para filmes B.

Longa recomendado para quem gosta de um bom thriller. Descobrir a charada pode ser mais difícil do que você imagina. Ah, e um aviso a quem se interessar: tente assistir a versão em Blu-Ray. A restauração feita pela Criterion é de tirar o chapéu. A qualidade de imagem e som está incrível.

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NOTA: 7/10

IMDB

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