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Can You Ever Forgive Me? (Poderia Me Perdoar?) – 2018

Uma aula de adaptação de roteiro! Can You Ever Forgive Me? (Poderia Me Perdoar? no Brasil) – dirigido por Marielle Heller, é um filme que propõe uma história interessante e que certamente despertará interesse do público pela obra original.

Começo da década de 1990. Lee Israel (Melissa McCarthy) é uma autora que passa por graves problemas financeiros. Após escrever uma biografia de Estée Lauder que foi um fracasso absoluto de vendas nos Estados Unidos, o período de writer’s block ainda piora a situação, e ela não consegue convencer sua editora de que pode iniciar um novo projeto. Para pagar as contas, ela decide criar um esquema para forjar cartas de personalidades como Dorothy Parker, Noël Coward e Ernest Hemingway. Quando o circuito literário local começa a questionar a integridade do material, a parceria com Jack Hock (Richard E. Grant) torna-se essencial para a continuidade da trapaça.

Na medida do possível, tento ler todos os livros base para roteiro adaptado antes da cerimônia do Oscar. O elogio que fiz na abertura desta crítica pode parecer exagerado – mas foi essa a impressão exata que tive ao acabar de ler as memórias de Lee Israel. É mérito total de Nicole Holofcener e Jeff Whitty a construção de um retrato fiel sobre o método desenvolvido por Israel para falsificação – diluindo o modus operandi em algumas cenas. Com isso, o espectador sempre descobre algo novo.

É comum roteiristas aumentarem as histórias – como se pequenos casos fossem extremamente importantes, dando muito mais relevância do que teria por mérito. Mas isso nunca ocorre com Can You Ever Forgive Me? Testemunhamos uma realidade de uma pessoa que tenta pagar as contas e que usa sua inteligência para cometer uma série de infrações – e a conclusão trata de reconhecer isto em um monólogo final destacado.

O eixo de dramatização é bem sólido, seguindo basicamente a premissa do livro de contar a história de Israel no estilo “ascensão e queda”. As adições pontuais feitas no roteiro basicamente são feitas para ampliar o perfil da personagem principal – especialmente na questão da sexualidade e de sua visão de mundo.

O melhor trabalho da carreira de Melissa McCarthy – quebrando definitivamente a visão de que é uma atriz voltada apenas para trabalhos humorísticos – ganha ainda mais prestígio com a química com seu parceiro de cena, o grande Richard E. Grant – que estava escondido e que pouco apareceu nesta última década. Ótimo ver dois perfis distintos de atuação em um filme deste calibre.

Indicado para três prêmios da Academia, Can You Ever Forgive Me? foi uma boa surpresa do final da temporada de premiações. Merecia, talvez, um pouco mais de reconhecimento pelo excelente trabalho feito por Marielle Heller.

NOTA: 8/10

IMDb

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