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Team Foxcatcher – 2016

Bennett Miller levou ao mundo uma história incrível (e pouco conhecida fora dos EUA). A equipe Foxcatcher, liderada pelo multimilionário John du Pont – foi alvo de diversas polêmicas, e o trágico assassinato de Dave Schultz, em 1996, deixou várias perguntas em aberto: ora, se John era mesmo tão difícil de lidar, por qual motivo ninguém tentou barrar seus atos absurdos? Em busca dessas respostas, o estreante diretor Jon Greenhalgh traz um panorama assustador do homem que comandava Foxcatcher.

O documentário toma traço próprio ao se afastar da figura de Mark Schultz e colocar mais ênfase na figura do búlgaro Valentin Yordanov, melhor amigo de Schultz e que seria o herdeiro dos bens deixados por du Pont. A excepcional mistura de entrevistas e imagens de arquivo trazem ao espectador um produto final do mesmo nível de Amy. Busca-se entender a origem dos distúrbios de du Pont, que começou a perder a cabeça após começar a usar cocaína, mas já parecia viver numa paranoia constante, com ameaças e bruscas mudanças de humor. A narrativa parte do princípio de que o público tenha um mínimo de conhecimento sobre o caso (a contextualização geral definitivamente não é o ponto forte), e o documentário nos leva a determinadas conclusões, que são apoiadas tanto pela família quanto pelos amigos mais próximos de Dave: a primeira delas diz respeito ao poder de du Pont, que não tinha ninguém para discutir consigo na mesma posição. Deve-se lembrar que ele era o principal nome por trás do wrestling americano, investindo milhões de dólares na construção de centros de treinamento de primeiro nível. Ou seja, falar mal de John, ou reduzir sua presença, colocava em risco a fonte de renda de todos que o cercavam. Outro ponto é o da amizade de du Pont com Schultz: o filme deixa claro que foi o próprio atleta que quis permanecer treinando com a equipe – infelizmente por pensar que seu patrão era um sujeito estranho, mas inofensivo.

O único traço negativo do filme, no entanto, está na falta de coerência cronológica. Dave Schultz morreu em 1996, em sua última tentativa para os Jogos Olímpicos, mas boa parte das entrevistas trazem lembranças do final da década de 1980, quando a equipe foi formada. Como o foco estava na investigação de du Pont, a carreira de Schultz não é abordada de forma profunda, e as rápidas pinceladas de seu aspecto profissional apenas ressaltam sua qualidade incomparável. Também causa certa estranheza a omissão de eventos citados no filme estrelado por Steve Carell e Mark Ruffalo, especialmente sobre os últimos meses de vida de Dave.

Ainda assim, Team Foxcatcher é um documentário de altíssimo nível, que talvez não receba os prêmios que mereceria apenas pelo fato da Netflix estar nos créditos finais. Também ressalta o sensacional trabalho feito por Miller e companhia no filme indicado a cinco prêmios da Academia.

NOTA: 8/10

IMDb

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