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Batman v Superman: Dawn of Justice – 2016

Foi na última semana de fevereiro de 2016 que o alarme vermelho tocou na Warner. A última prévia para o público antes do lançamento mundial de Batman v Superman: Dawn of Justice (Batman vs Superman: A Origem da Justiça, no Brasil) indicava que os vários recortes feitos na sala de edição comandada pelo experiente David Brenner não conseguiram criar o ambiente desejado pelo diretor Zack Snyder. Desde então, a expectativa das pessoas ligadas à industria do cinema desmoronou, já que não havia tempo para resolver mais nada. O longa infelizmente perde-se na tamanha confusão que gira em torno de dois protagonistas que não convencem e não fazem jus aos mais de 250 milhões de dólares investidos, abrindo espaço para Jesse Eisenberg roubar espaço na única atuação sólida de todo o filme.

O filme inicia com o final do combate entre Superman (Henry Cavil) e Zod, que deixa Metropolis completamente destruída. Bruce Wayne (Ben Affleck) assiste horrorizado as cenas, e consegue salvar um homem (Scoot McNairy), que vira feroz crítico do homem de ferro. Aos poucos, a imprensa e os políticos começam a discutir se Superman deve ter poder de decisão soberano em situações que envolvam a vida de terceiros. Enquanto isso, Clark Kent passa a questionar a tortura imposta por Batman em seus recentes casos, o que faz Lex Luthor (Jesse Eisenberg) planejar um confronto entre os dois.

A maior polêmica, sem sombra de dúvidas, está na interpretação de Affleck. Sua estreia era esperada por Hollywood, e o ator carregava nas costas o peso de substituir Christian Bale, unanimidade tanto na Warner quanto com os fãs do homem morcego. Os produtores optaram por uma renovação na identidade visual – o que causa uma desagradável estranheza. Ao contrário dos excelentes filmes da trilogia anterior, o Batman de Ben Affleck é lento, e parece ser muito mais dependente de seus gadgets. Na cena do combate com Superman, o traje lembra o de um robô, descaraterizando completamente o perfil do personagem. As poucas linhas de diálogo e a necessidade por frases marcantes para reafirmar território lembram o vexame da interpretação de Clooney. Mas isso não quer dizer que Ben não possa se tornar um bom Batman: é necessário sentar e repensar o personagem como todo. Enquanto Bruce Wayne, sua atuação não compromete – com boas tomadas que buscam reforçar suas expressões faciais. O lado galanteador fica de lado pela necessidade de divisão do tempo de tela – o que é extremamente compreensível. Acredito que Affleck tenha em mente reestruturar e deixar seu Batman o mais próximo possível de Bale, visto que sua interpretação neste filme beira o fracasso. No caso de Henry Cavill, a situação é um pouco melhor. Ele fixou sua imagem após ser bem recebido com sua atuação em Man of Steel, mas seu potencial é cortado pela raiz na medida em que o filme avança e abre campo para personagens secundários, como a Mulher Maravilha e Lois entrarem na história. Por conta disso, Eisenberg é quem mais consegue entreter, com uma despojada interpretação, que é um refresco no meio dos dois heróis durões.

As cenas de confronto são vazias, e nem mesmo os efeitos especiais – que foram alvo de imensa propaganda por parte dos produtores – são bons o suficiente para chamar a atenção do espectador casual. A opção por um final aberto foi péssima, já que não consegue costurar uma grande questão na cabeça do espectador que faça valer a espera para assistir The Justice League Part One, por exemplo. Neste caso, a Warner precisa tomar urgentemente lições com a Marvel, que tem o trunfo de saber estruturar seu Universo a partir de finais com ampla abertura para discussão e teorias.

Por mais que tenha errado feio na construção do roteiro e nas controversas decisões em torno da produção, a Warner prometeu lançar a versão do diretor de Batman v Superman, com meia hora a mais de cenas. Em um mercado difícil como o dos EUA, onde uma classificação indicativa errada separa o sucesso do fracasso, não deve ser encarada como nenhuma surpresa o fato do filme ficar bem mais coerente com as adições que levariam o longa a um rating R nas telas americanas. Suicide Squad, com lançamento previsto para o final do ano, deve apagar parte do incêndio e tem tudo para reestruturar o frágil Universo DC, que, mesmo assim, deve lucrar mais de um bilhão de dólares com essa produção.

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NOTA: 5/10

IMDb