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Solace (Presságios de Um Crime) – 2015

Após problemas de distribuição nos Estados Unidos, Solace (Presságios de Um Crime, no Brasil) chega no final deste mês na terra do diretor Afonso Poyart. Com dois atores de peso no elenco, a trama tem um desenrolar interessante, mas peca por não saber cortar o laço com filmes clássicos de seu gênero (até mesmo The Silence of The Lambs), gerando um produto final que não consegue se sustentar pelo seu próprio roteiro.

Duas pessoas com o poder de prever acontecimentos. Uma delas é John Clancy (Hopkins). O outro é Charles Ambrose (Colin Farrell). John é um policial aposentado. Charles é´um assassino. A partir dessa lógica – promovida desde os trailers – é que o filme busca seu espaço. Após uma série de assassinatos, o agente do FBI Joe Merriwether (Jeffrey Dean Morgan) pede para John ajudar a solucionar o mistério.

Hopkins e seu estilo peculiar de atuação se enquadram na proposta central de Poyart pra ele. Sério, de poucas palavras e com postura rígida, o veterano ator não faz muita questão de se desvincular dessa imagem, que começa a levantar questionamentos em Hollywood. Farrell, por sua vez, aparece em poucas cenas na metade final do longa e seu personagem é metódico o suficiente para não gerar grande empolgação. É estranho observar a opção de ter um protagonista apresentado após a primeira hora de longa. Será que era tão difícil colocar alguma cena de contexto do assassino? Creio que os produtores apostaram em uma grande surpresa, e que a distribuidora ficou decepcionada com o resultado e decidiu abrir a caixa de spoilers para tentar recrutar mais público no cinema.

A discussão por trás dos assassinatos até que é interessante. Poyart oferece ao espectador uma realidade distinta, e, caso a proposta seja aceita pelo público, é bem provável que Solace consiga gerar bons debates sobre a ética dos dois protagonistas – que lança uma grande bomba na cena final para levantar ainda mais questões.

Mesmo com falhas grosseiras de edição, o filme não chega a seguir completamente a risca o livrinho de Hollywood para lidar com serial-killers, o que é positivo. Existem clichês, que ficam evidentes com o uso exagerado de flashfowards, para mostrar o dom dos personagens e confundir (?) o espectador, mas não estão nem perto da quantidade que é jogada ao mercado recentemente.

Um refinamento nos diálogos, um pouco mais de investimento geral e uma maior entrega de Hopkins fariam de Solace um ótimo filme. O problema – que fique claro – não passa em nenhum momento pela direção de Poyart, é falta de estruturação geral mesmo.

NOTA: 6/10

IMDb

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