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Chuck Norris vs. Communism – 2015

Chuck Norris vs. Communism é um esforço sensacional para contar como uma pequena revolução iniciada na sala de uma modesta casa de Bucareste gerou sementes que germinaram por toda Romênia, no período em que o ditador Nicolae Ceausescu controlava o acesso a informação de forma rígida e implacável. A dublagem é a forma mais acessível de tornar um filme disponível para um país estrangeiro. No caso romeno, o Partido Comunista não apenas tinha o controle de todas as produções cinematográficas, como também decidia cortar qualquer tipo de passagem sobre religião e mesmo qualquer menção sobre liberdade. Por conta disso, a televisão estatal só transmitia filmes aos domingos, e restringia o catálogo para obras soviéticas ou westerns americanos.

Neste sentido, no começo da década de 1980, Irina Margareta Nistor tornaria-se na segunda voz mais conhecida da Romênia. A partir de um refinado esquema de compra de fitas VHS de filmes estadunidenses, criou-se um método para dublar os longas em tempo real. Segundo a própria Irina, mais de três mil produções foram narradas em sua voz (e ela assumia o papel de traduzir todas as falas). Van Damme, Stallone, Norris apresentavam aos romenos retratos diferentes de tudo o que eles podiam imaginar.

Não era, no entanto, nos diálogos que as pessoas prestavam atenção. Era na organização da sociedade, nas vestimentas, na diferente conjuntura entre homem e mulher perante a sociedade. Tudo isso gerava discussões acaloradas. Para a diretora da produção, Ilinca Calugareanu, as reuniões para assistir as fitas VHS foram fundamentais para incitar a mudança que acarretaria na Revolução de 1989. Ao conhecer a sociedade que era proibida pelo governo, a difusão da propaganda boca a boca sobre o cinema dos Estados Unidos acarretou no crescimento e na consolidação do mercado negro de fitas. Como bem mostra o documentário, até mesmo membros do alto escalão do Partido, e até mesmo o filho do ditador Nicolae Ceausescu, corriam atrás para assistir aos grandes lançamentos.

Pela pouca duração, o documentário tem determinados defeitos, que não chegam a comprometer a experiência. Por exemplo, apesar da boa exploração do contexto geral do país e da agradável dramatização das cenas, não se tem a verdadeira noção sobre a amplitude da distribuição das fitas VHS. Neste caso, talvez as citações com números corrigissem ou problema (ou, ao menos, dariam uma impressão mais agradável na veiculação das informações). Mesmo assim, é inegável como a história tem capacidade para gerar seus frutos, talvez mesmo com um longa metragem que relate sobre o problema.

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NOTA: 7/10

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