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Macbeth (Macbeth: Ambição e Guerra) – 2015

Esteticamente belo. Sonoramente impecável. Tenho – creio que com razão – muito medo das adaptações feitas da obra de William Shakespeare. Por mais que entenda que o cinema possa ser uma ferramente extremamente válida para a popularização e promoção de obras clássicas, como é o caso, também preocupo-me com a qualidade do que é apresentado. Macbeth (Macbeth: Ambição e Guerra, no Brasil) não decepciona. Ao apostar no diálogo clássico e em expressões do inglês arcaico e ao permitir a leitura de passagens clássicas por um viés bem diferente do apresentado por cineastas como Akira Kurosawa, Roman Polanski e Orson Welles, o diretor Justin Kurzel transmite ao público um mergulho na história de maneira intensa. As duas horas de duração não são sentidas, dada a espetacular atuação de Michael Fassbender.

Acredito que, para uma pessoa que jamais teve contato com Macbeth, o filme de Kurzel não deve ser, de maneira nenhuma, visto como uma porta de entrada no mundo de Shakespeare. O diretor deixou claro seu comprometimento com o texto original, que pode gerar uma série de problemas para a interpretação das frases (o que provavelmente deve afetar até mesmo a legendagem no mercado brasileiro). Neste caso, considero a versão de Polanski (1971) mais aberta e acessível.

Obviamente o diretor teve que fazer uma série de escolhas para compactar seu roteiro. Para quem conhece a fundo a trama, a ausência de Donalbain pode soar como algo absurdo, mas o entrelaçamento feito para unir as pontas deixadas em aberto mostra o profundo estudo feito em cima do clássico texto. Fassbender domina a tela e entrega a melhor interpretação de Macbeth nas telas de cinema. O espírito seco, a sede do poder e a loucura mostram-se em um tom absolutamente formidável. Obviamente, cada leitor tem sua própria interpretação do texto, mas no meu caso eu realmente imaginei o personagem muito mais da forma proposta por Kurzel do que a exposição de Welles, um tanto teatralizada. O primeira cena do quinto ato (a última da Lady) é memorável, e mostra o imenso potencial de Cotillard, que tem uma facilidade imensa para adaptação.

Poucas vezes vi uma edição tão impecável em um filme baseado em Shakespeare, e me atrevo a comparar o ritmo direcionado por Kurzel com a trilogia clássica de Laurence Olivier. O corte de cenas é preciso, capta a emoção e o sentimento de Macbeth e sua lady, ao mesmo tempo que mostra a dimensão grandiosa das cenas do campo de batalha ou mesmo do simples trono vazio no castelo. A fotografia escura de Adam Arkapaw sabe trabalhar sangue e suor, geralmente carregadas na neblina, símbolo da incerteza.

Uma excelente versão que chega para marcar território. Macbeth de 2015 sabe aproveitar a evolução da tecnologia no cinema para usar os mais variados recursos na construção do longa. O resultado final é maravilhoso.

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NOTA: 8/10

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Macbeth
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