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The Humbling (O Último Ato) – 2014

The Humbling (O Último Ato, no Brasil) consegue a façanha de descaracterizar completamente a obra homônima de Philip Roth, base para o roteiro, e, ao mesmo tempo, moldar a imagem de seu personagem principal nas costas do grande Al Pacino. O intérprete do inesquecível Michael Corleone começou o novo milênio com um bocado de decisões controversas em seu currículo, com atuações em filmes B horrorosos e outros longas sem nenhuma publicidade. Se seu talento natural é inegável, nos últimos anos notei uma grande evolução no que diz respeito ao Al Pacino behind the scenes,  o homem por trás desta grande estrela do cinema.

Simon Axler (Pacino) é um respeitado ator de teatro que começa a discutir sobre a necessidade de viver após descobrir que não consegue mais interpretar como nos velhos tempos. Durante um período de repouso de seu tratamento para a depressão, ele se reencontra com Peegen (Greta Gerwig), jovem lésbica que nutria uma grande paixão pelo ator em sua adolescência. O relacionamento entre os dois passa a virar motivo de discórdia entre os familiares da moça, especialmente pela diferença de idade, e Axler luta para lidar com as consequências de seus atos.

Como o filme estreou no Brasil após Birdman, as comparações não podem passar despercebidas: os dois longas tratam de atores que já provaram do sucesso e que agora lutam para conseguir sobreviver no meio artístico. Mas as semelhanças param por ai. The Humbling afasta-se do filme de Alejandro González Iñárritu e também da própria obra de Roth ao deixar de lado todo o tom de humor negro para explorar uma personalidade estranha, para dizer o mínimo.

Pacino parece interpretar a si mesmo em algumas passagens. E ele fez questão de pedir para os roteiristas alterarem pequenas passagens para deixar isto bem claro. Se na obra de Roth o velho ator briga consigo mesmo para voltar a ativa na obra Long Day’s Journey into Night, de Eugene O’Neill, Pacino constrói Simon Axler em cima do Rei Lear, sabidamente sua principal fonte de inspiração quando jovem.

Dirigida por Barry Levinson – amigo de longa data de Al – a película tem seu ponto forte nas breves (mas marcantes) passagens de confusão mental de Simon, que colocam o espectador na posição de detetive para diferenciar o real do imaginário. A fotografia bastante simples e as atuações do elenco de apoio comprovam que este é um filme feito para Al Pacino, foco das atenções que nos brinda com uma atuação de nível. As diversas alterações feitas na obra de Roth, que tentam explorar o psicológico muito mais do que

Se o último ato de Birdman acaba com uma ponta de esperança, a obra de Roth tem um final construído com muito cuidado para justificar seu desfecho. A impressão que fica é que Levinson e sua equipe pegaram apenas o esqueleto do livro e esqueceram de fazer pequenos nós na adaptação, essenciais para não criar uma impressão errada de Axler. Poderia ter feito toda a diferença.

NOTA: 5/10

IMDb

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