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Die Blechtrommel (O Tambor) – 1979

Die Blechtrommel (O Tambor, no Brasil) conseguiu a proeza de conquistar a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de melhor longa estrangeiro, fato extremamente raro e relevante. A adaptação do clássico de Günter Grass (que infelizmente faleceu no dia de ontem, 13 de abril) comandada por Volker Schlöndorff é memorável por conseguir tratar com muita propriedade elementos mágicos do maravilhoso livro homônimo publicado duas décadas antes.

Oskar (David Bennent) é um menino que vive em seu próprio mundo. Criado no período de disputa pela soberania de Danzig entre os alemães e poloneses, o jovem decide parar de crescer aos três anos, após se atirar de uma escada de sua residência. É nesta época que ele fica obcecado por um pequeno tambor, que vira uma espécie de membro extra de seu corpo – e também descobre ter a capacidade para quebrar objetos de vidro com seu grito. Como análise secundária, temos a história de sua mãe (que se divide entre os amores de um alemão nazista e um polonês), as primeiras experiências sexuais do jovem e também sua amizade com uma trupe de anões de circo que trabalham no front de guerra animando as tropas.

Oskar é o símbolo da cidade de Danzig no período da guerra. A cidade que não consegue enxergar as falhas e absurdos do nazismo, a cidade que é tomada pela euforia. A cidade que não amadurece. Esta representação pessoal que faço é completamente aberta para discussão, mas responde satisfatoriamente ao tradicional questionamento que cerca o motivo do menino somente voltar a crescer no pós-guerra.

A ambientação do período nazista é fantástica! Apesar das várias dificuldades enfrentadas por Schlöndorff (como a restrição de filmagens na Polônia, uma vez que o livro foi banido de todos os países aliados da União Soviética), foi construída uma excelente base que visa jogar o espectador tanto nos momentos de tensão de 1939 quanto na destruição total de 1945. O simpático protagonista foi essencial para manter a exibição de duas horas e vinte em alto nível, já que desde sua primeira aparição fica evidente seu carisma – que é comprovado com as batidas sem rumo no pequeno tambor.

Por conta de algumas cenas que mostram a intimidade Oskar, o filme foi banido em vários países. O Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, considerou a obra como uma apologia a sexualidade infantil e manteve o longa banido até o ano de 2001. A versão em Blu-Ray da Criterion conta com várias histórias de Schlöndorff, que trata desde o longo processo de adaptação até a construção da identidade de cada um dos personagens na tela. Destaque também para a leitura de passagens do livro feitas pelo próprio Günter Grass com as cenas correspondentes do longa, o que mostra a competência ímpar dos produtores.

NOTA: 8/10

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