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The Ruling Class (A Classe Dominante) – 1972

No lançamento de The Ruling Class (A Classe Dominante, no Brasil) nos cinemas britânicos, a United Artists dava como certo a indicação do filme para vários prêmios da Academia. Após duas semanas de exibição, os fracos números de bilheteria e a péssima aceitação do público destruíram as chances de qualquer prêmio, e uma corrida contra o prejuízo foi instalada para fazer o longa arrecadar ao menos o que gastou para ser produzido.

Deixando clara sua crítica à aristocracia inglesa desde o primeiro minuto, o filme aborda como o décimo quarto Earl de Guney, Jack Arnold (Peter O’Toole), se prepara para assumir a cadeira da família na Câmara dos Lordes. Após seu pai se matar após uma brincadeira sexual ter um final inesperado, Jack causa espanto em toda sua família, que acredita que o rapaz tem sérios problemas mentais por se considerar a reencarnação de Cristo e proclamar valores muito diferentes do padrão aristocrático. Desesperado com o que poderia acontecer com a credibilidade de sua casa, Charles (William Mervyn) tenta fazer com que seu sobrinho se case com sua amante, a bela Grace (Carolyn Seymour), para que o homem tenha um filho o quanto antes para que a família possa cortar o problema pela raíz. Acontece que Lady Claire (Coral Browne), esposa de Charles, suspeita das atitudes de seu marido e luta para que Jack se recupere de sua esquizofrenia o quanto antes para que todos possam ter uma vida normal.

Peter O’Toole acredita que a morte do ator Nigel Green está associada diretamente à produção, já que durante as filmagens ele citou que seu amigo havia entrado em um estado de depressão profunda (a família considera que a overdose de pílulas soníferas foi acidental). Nigel interpretou um homem que também acreditava ser Cristo e que sofria de graves problemas mentais, participando de uma das mais memoráveis cenas deste longa. Fato é que a decepção gerada por The Ruling Class se estendeu e o filme chegou nos Estados Unidos com uma enxurrada de críticas negativas.

O roteiro tem um toque fantástico até a primeira hora e meia. Logo após Jack tomar conta que não é Jesus ou o Deus do amor, uma série de pequenos problemas tomam conta da história (que passam desde a gravidez de sua mulher até ao fato dele achar ser Jack, o Estripador). Certamente a atuação de O’Toole é o que chama a atenção, muito por conta dele dar vida a um Jesus extremamente narcisista, diferentemente de tudo o que já foi apresentado sobre o assunto.

Caso o leitor se interesse por este longa que adquiriu o status cult ao longo do tempo, recomendo fortemente a versão da Criterion, que traz uma fantástica trilha de comentários de Peter O’Toole, com uma porção de curiosidades sobre as tomadas de cena e sobre como foi contracenar com cada ator do elenco. O’Toole chegou a ser indicado ao Oscar, mas seria impossível para qualquer ator vencer Marlon Brando justo no ano de The Godfather, não é mesmo?

No fim do dia, The Ruling Class peca por apostar duramente que o humor negro britânico teria fôlego para viver por duas horas e meia em um filme que, ao invés de renovar o roteiro, só aposta na renovação de seu protagonista.

NOTA: 6/10

IMDb

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