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La double vie de Véronique (A Dupla Vida de Véronique) – 1991

La double vie de Véronique (A Dupla Vida de Véronique, no Brasil) é grandioso. Em uma então inédita parceria franco-polonesa, o diretor Krzysztof Kieslowski levou as telas uma produção que busca misturar o tradicional drama com um elemento fantástico, abrindo inúmeras possibilidades de interpretação.

Veronika (Irène Jacob) é uma jovem polonesa que tem o dom do canto. Certo dia, ao viajar para encontrar sua tia em Cracóvia, ela acaba selecionada para ser a soprano da orquestra local. Mas ela não esperava encontrar uma mulher igual a ela tirando fotos dos protestos da Solidariedade na Polônia (o filme se passa em 1990). Ainda no começo do filme, Veronika morre subitamente e a história passa a acompanhar Véronique (Irène Jacob), a turista francesa que tirava fotos em Cracóvia. Ela se apaixona pelo autor de livros infantis (Irène Jacob) e logo se envolve em um jogo que amarra de forma incrível toda a experiência deste filme.

O grande mérito de La double vie de Véronique   é inovar na abordagem de discussão do roteiro. Veja, na esmagadora maioria dos casos, os diretores optam por começar uma história (A), criar uma situação de conflito (B), e solucionar o conflito (C). Enquanto geralmente temos todas as emoções centradas apenas no ponto C, ou seja, nos minutos finais, Kieslowski cria um ambiente tão bom que consegue basear quase todo seu longa em um comovente e estranho conflito que surpreendeu até mesmo seus críticos mais ferrenhos. Ele não pretende dar de bandeja ao espectador sua visão do que acontece com as moças, mas sim construir junto com ele um ambiente mágico.

A direção de fotografia de Sławomir Idziak é muito competente, investindo em filtros ainda melhores e mais polidos do que os apresentados nos filmes anteriores. A decisão de Zbigniew Preisner dar os créditos de suas composições para Van den Budenmayer pegou os críticos de surpresa na época de lançamento do longa. Ao tentar descobrir quem era o tal holandês dono das maravilhosas composições, Idziak logo tratou de esclarecer que ele foi o criador deste pseudônimo, pois “amava a Holanda”.  A banda sonora acompanha de forma esplêndida os momentos de tensão e é muito bem explorada através do dom da moça polonesa.

 A grande pergunta que fica do filme é: será que as duas mulheres são a mesma pessoa? Estariam elas em dimensões diferentes? Enfim, várias discussões são feitas, especialmente se a cena final é levada em conta. Na minha visão, Krzysztof Kieslowski sabia disto e optou por deixar o final aberto para colocar a pulga atrás da orelha de seus espectadores.

 

NOTA: 8/10

IMDB

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