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Nebraska – 2013

Nebraska é um espetáculo! Com um orçamento muito limitado, fotografia em preto e branco e um roteiro de primeiro nível, não é difícil perceber o motivo do filme de Alexander Payne ter levado seis indicações ao Oscar. Rodado em pequenas cidades de quatro estados, o longa da Paramount Vantage foi deixado de lado por muito tempo por não agradar os grandes executivos da empresa. Que bom que Payne decidiu tocar o projeto e escolheu Dern para o papel principal (a produtora preferia um nome de peso, como Robert DeNiro ou Robert Duvall).

Woody Grant (Bruce Dern) é um senhor idoso que pensa que ganhou um milhão de dólares. Não, ele não acertou na loteria. Woody recebeu uma carta de uma revista (aqueles scams populares até a metade da década passada) citando que a retirada do prêmio deveria acontecer em Lincoln, Nebraska. Ele sai de Billings, no estado de Montana a pé e é parado por um policial na rua. Na delegacia, seu filho David (Will Forte) fica decepcionado ao ver o estado de seu pai, especialmente pelo fato dele não ter percebido que tudo era uma fraude. Mas Woody não quer deixar seu dinheiro para trás: ele insiste em ir para Nebraska receber seu prêmio. David decide acompanhá-lo na jornada, mesmo sabendo que tudo não passava de um esquema para a revista conseguir mais assinantes.

Antes de chegar ao destino final, pai e filho fazem diversas paradas. Nelas podemos observar como as pessoas tratam o “novo milionário”. Após Woody dizer a um grupo de velhos amigos que estava rico, todos passam a elogiar o caráter e a personalidade do personagem interpretado por Dern, mostrando-se preocupados com sua saúde e bem estar. Após notarem que Woody não parece em dividir seu prêmio, alguns chegam a optar por ameaças, cobrando dívidas inexistentes e apelando para a chantagem.

Quando o grupo de amigos descobre que o prêmio de Woody era uma furada, o idoso vira alvo de piada da cidade. É aqui que entra a genialidade de Payne: o alto contraste de algumas cenas é muito bem aplicado! Ver o idoso caminhando sem rumo e ainda com esperanças de obter o dinheiro, ao mesmo tempo em que emociona o espectador, gera a dúvida: será que Woody realmente tinha alguma doença como mal de Parkinson ou ele realmente acreditava na integridade e na palavra do ser humano?

Dern está impecável! Ele conseguiu interpretar este homem sem rumo de uma maneira marcante. Desde as piadas paralelas até as brigas com seu filho e passando pelos vários desentendimentos com sua mulher (June Squibb), o ator mostra-se seguro e concentrado. Por isto fez por merecer o prêmio em  Cannes, no ano passado. A cena final do filme é um resumo do que é Nebraska: um drama baseado em uma situação inusitada. Payne disse que fez uma cópia colorida do filme e que espera que ninguém jamais tenha acesso. Está certo: este lindo road movie aposta no p&b para retratar o olhar melancólico do protagonista e a tentativa de um filho reencontrar a dignidade do pai. Absurdo, comovente e inteligente. Obrigado Bruce Dern. Obrigado Alexander Payne!

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NOTA: 9/10

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