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Nattvardsgästerna/Winter Light (Luz de inverno) – 1963

Entender a fé do homem foi uma das principais preocupações de Ingmar Bergman. O diretor sueco questionou tudo o que podia, desde o sentido religião até símbolos e rituais em sua vasta  filmografia. Luz de inverno, segundo o próprio Bergman, foi o melhor filme que produziu em sua vida.

Tomas (Gunnar Björnstrand) é um padre de um pequeno vilarejo que reza missas e investe em longos diálogos com os fiéis (apesar da pouca participação dos fiéis – na primeira cena do filme, apenas sete pessoas estão presentes no sermão). Sua fé é testada quando um homem com pensamentos suicidas passa a questionar Deus, muito pelo medo dos chineses lançarem uma bomba atômica (vale mencionar que o filme foi rodado um ano antes da Crise dos Mísseis de Cuba). Porque o criador do universo permitiria ver seu mundo destruído pelas mãos de seus criados?

Além da falta de fé do próprio padre, o longa trata de seus problemas pessoais, que vão desde a morte de sua mulher até o desejo de uma fiel em se casar com Tomas. O clímax do filme, sem dúvida, é o diálogo final sobre a interpretação da Paixão de Cristo: o questionamento sobre o sofrimento de Jesus encaixa perfeitamente com o que vimos ao longo de oitenta minutos (não quero ir adiante para não soltar um grande spoiler).

Apesar de ser produzido nos mesmos moldes de todos os grandes filmes do diretor, eu não recomendaria este filme para alguém que não conhece Bergman. A monotonia das cenas iniciais, uma tomada de seis minutos com uma atriz dialogando diretamente com as câmeras, e algumas complexas passagens sobre religião podem afastar o espectador. De todo o modo, é um filme interessante, que, apesar de não agradar a todos, foi muito bem planejado e produzido.
NOTA: 7/10

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